quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

ORIENTAÇÃO – considerações gerais sobre o TREINO PARA JOVENS




Aspectos a ter em conta no treino para jovens:

•    Uma progressão prudente – desenvolvimento a longo prazo – desenvolvimento corporal harmonioso em todos os domínios – só uma “constituição de base” sã permitirá nos anos decisivos desenvolver as habilidades específicas – não abusar em caso algum dos jovens talentos;

•    Multidesportos e variedade – uma especialização precoce e um treino muito monótono podem fazer com que certos talentos caiam no esquecimento – Viva a variedade e a diversidade, porque trazem a mudança, e fazem aumentar a motivação e o prazer;

•    O treino dos jovens deve acentuar os exercícios de desenvolvimento geral – o treino da condição física específica para a corrida de orientação só tem importância ao fim de vários anos;

•    A flexibilidade, a agilidade, a velocidade e a força são igualmente importantes para os desportistas de endurance;

•    Exercícios complementares – treino em circuito no ginásio (aparelhos e agilidade), competições polidesportivas, exercícios que desenvolvam a endurance e outros factores da condição física. O treino variado permite solicitar todos os grupos musculares, equilibrar os esforços e dá a possibilidade ao corpo de se regenerar.

•    Meios para o treino variado:
-    outra escolha de exercícios, outra progressão de exercícios
-    mudança do percurso de treino
-    composição diferente dos grupos de treino
-    utilização de mapas reduzidos
-    mudança constante do nível de esforço semanal

•    Escolha dos exercícios – o corpo do jovem não pode ainda suportar completamente os esforços anaeróbicos. O metabolismo anaeróbico, ainda pouco desenvolvido, protege o corpo da acidificação. No entanto, se treinarmos as crianças e jovens no domínio anaeróbico, haverá aumento de lactato. Todavia, este só será eliminado lentamente o que é considerado pouco propício. Os corredores jovens deverão pois em primeiro lugar desenvolver a sua capacidade aeróbica;

•    Esforço e regeneração – na planificação do treino e competições, deveremos ter em conta a escola, as férias com os pais e outras actividades, porque após um esforço acrescido o tempo de recuperação deve ser prolongado. Caso contrário, aparecerão os sinais de sobrecarga (sobretreino): recuo da performance, perda de apetite, problemas digestivos, doença geral;

•    O volume e a intensidade do treino devem ser aumentados lentamente e de maneira contínua, para que o corpo se possa adaptar à carga suplementar. Uma preparação precisa e planificada começará por 2 – 3 treinos semanais para atingir depois de vários anos, no momento em que o atleta tem 19 – 20 anos, 9 a 14 unidades de treino (incluir a educação física escolar, actividades desportivas de clube e unidades polidesportivas). Não esquecer: aumentar o volume antes da intensidade;

•    Correlação “corrida” / “orientação” – uma capacidade de corrida desenvolvida melhorada resulta, na maior parte dos casos, numa perturbação da correlação corrida/orientação. Ter a preocupação que o treino diga respeito aos domínios que devem ser desenvolvidos. Por outro lado tanto o treino puro da técnica como o da corrida, os exercícios combinados técnico-físicos, deverão estar igualmente inscritos no programa de treino;

•    Os exercícios de estiramento e de ginástica favorecem a flexibilidade geral e permitem compensar os encurtamentos musculares intervenientes durante a corrida. Por outro lado o “stretching” pode acalmar. Nada de treinos nem competições sem exercícios prévios de aquecimento.

Se bem que a percentagem da actividade polidesportiva deva ser elevada, no caso dos jovens, é conveniente que o treinador tenha em conta todas as actividades desportivas realizadas semanalmente – educação física escolar, actividades do desporto escolar, caminho até à escola (se realizado a pé ou de bicicleta), outras actividades desportivas (nos clubes, com os pais, com os amigos) e, claro, o treino específico de Orientação – para poder prever variações, quer no seio da mesma semana quer semanas com esforço global diferente.

T= tempo de prova


REFERÊNCIAS:
•    EFSM Macolin-Suisse, Jeunesse + Sport, 1993

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