sábado, 28 de dezembro de 2013

QUALIDADES FÍSICAS REQUERIDAS AO PRATICANTE DE ORIENTAÇÃO DESPORTIVA


QUALIDADES FÍSICAS REQUERIDAS AO PRATICANTE DE ORIENTAÇÃO DESPORTIVA

Qualidades Adaptativas – o orientista deve adaptar-se à imprevisibilidade da topologia do todo-terreno:
·      Amplitude da passada
·      Frequência da passada
·      O tempo de apoio
·      A simetria do movimento dos braços
·      A elevação dos joelhos
·      O grau de flexão das pernas
·      A inclinação do tronco, …

Estes parâmetros necessitam de uma capacidade de coordenação e flexibilidade articulares tronco/membros na transposição dos obstáculos naturais: trepar a um rochedo, saltar um ribeiro, desembaraçar-se rapidamente de um lodaçal, ou de silvas, …

Qualidades Kinestésicas as diferentes naturezas do solo (arenosas, pantanosas, lodosas, secas, …) e os terrenos acidentados solicitam permanentemente os músculos dos tornozelos e dos joelhos. Deve reforçar-se a proprioceptividade: para a manutenção da postura em corrida ou durante um apoio unipedal na transposição de um obstáculo … (muitos orientistas sofrem entorses nos tornozelos em competição, por falta de reforço muscular proprioceptivo).

Qualidades físicas de Resistência Aeróbica os tempos de corrida variam, no melhor dos casos, entre 12 a 135 minutos – as qualidades físicas de resistência aeróbica (endurance) são necessariamente de reforçar.

Qualidades de Força Resistente o orientista mantém durante muito tempo (135 minutos) posturas de carga fraca, na leitura do mapa:
·      Posição dos braços entre os 75 e os 95º, para segurar o mapa e a bússola – trabalho do braquial anteterior, dos bicípites/tricípites, do longo supinador, do pronador redondo …
·      Inclinação da cabeça entre 10 e 30º, durante os momentos das leituras, mobilizando principalmente os músculos da nuca (trapézio …), dos braços (longo supinador, bicípites,)
·      E uma inclinação do troco, compreendida entre:
§  0 e 10º, durante as subidas
§  0 e 20º, nas descidas
Estas posições podem ter de ser mantidas durante 135 minutos (elites) ou mesmo até mais tempo (para os orientistas de outras categorias) – os erros técnicos aumentam a duração da prova.
A preparação física de reforço da força resistente deve incidir principalmente sobre os músculos abdominais, dorsais, quadricípites e posteriores da coxa.

Capacidade de Resistência Aeróbica os processos energéticos lácticos intervêm quando o orientista está:
·      Em terrenos de grande desnivelamento, lodosos, arenosos ...  – quando a velocidade é muito elevada, a glicólise anaeróbica intervém.
·      Na sua velocidade óptima (“cruzeiro”)



terça-feira, 15 de outubro de 2013

OS DIFERENTES TIPOS DE PERCURSOS EM ORIENTAÇÃO

OS DIFERENTES TIPOS DE PERCURSOS
EM ORIENTAÇÃO


PERCURSO GUIADO





















Um mapa para cada aluno com um “Percurso em Linha” (“Line-O”) marcado (linha contínua a vermelho).
O professor dirige o grupo/turma, sendo possíveis várias situações:
·      O professor insiste sobre os seguintes aspectos:
v Orientação permanente do mapa. Reorientá-lo a cada mudança de direcção.
v Relação da simbologia do mapa com o terreno.
v Escala. Relação da distância percorrida com a distância no mapa.
·      No decorrer do exercício far-se-ão várias paragens para resolver dúvidas, supervisionar a orientação correcta do mapa e interpelação dos alunos sobre o ponto onde o grupo se encontra no momento, assim como sobre a identificação dos elementos característicos no mapa (relação mapa/terreno).
·      Percurso com paragens frequentes para o professor fazer o balanço/avaliação dos conhecimentos dos alunos sobre técnicas de base de orientação.
·      Pontos de paragem previamente seleccionados e marcados no mapa pelo professor (P1, P2, P3, …).
v  Os alunos correm para esses pontos à vez ou todos ao mesmo tempo.
v  O professor faz perguntas à vez: comparar os elementos característicos com os símbolos do mapa (legenda); confirmação do domínio de cada aluno sobre as técnicas básicas de orientação.


PERCURSO BALIZADO

















Objectivos
·  Para principiantes – para ultrapassarem a ansiedade e a angústia de errarem ou de se perderem ou estarem sozinhos na floresta.
·      Estabelecer a relação mapa/terreno.
· Aprender a observar – reconhecer e nomear os elementos característicos do terreno e aprender os símbolos convencionais que os representam no mapa.
· Orientar o mapa pelo terreno, a partir de elementos característicos.
·  Balizar em pontos característicos bem visíveis com fitas bicolores de cerca de 80cm de comprimento.
·      Pode-se, simultaneamente, utilizar o mapa, traçando ou não o percurso.
· Pode-se igualmente, na primeira vez, efectuar um prévio reconhecimento do terreno – Percurso Guiado.

Particularidade
· Esta forma de trabalho utiliza-se sobretudo nas primeiras sessões de iniciação – em mapas simples ou em mapas da floresta. Em espaços pouco ou nada conhecidos, permitem “deixar” no terreno todos os alunos duma turma sem correrem riscos – desde que, com a devida antecedência, os potenciais “perigos” sejam bem identificados e balizados pelo professor.
·    Mesmo os alunos mais medrosos não têm medo de se perder dado que deverão seguir um itinerário balizado e em grupo.
·    As fitas balizadoras serão colocadas prioritariamente nos pontos de decisão (mudanças de direcção).



PERCURSO em “ESTRELA” (IDA E VOLTA)















Bastante seguro para os principiantes. O professor sabe a qualquer momento onde se encontram os alunos. Ele controla com precisão um quadro de controlo, de dupla entrada, informando-o sobre os grupos e as balizas procuradas.
Vários postos de controlo são colocados à volta de um ponto central (partida e chegada).
Cada participante recebe um cartão de controlo e um mapa com todos os postos marcados, numerados de 1 a “n” e com o respectivo código.
Os participantes partem todos ao mesmo tempo à procura do 1º posto, diferente para cada aluno/grupo, regressando ao ponto de partida/chegada, onde avaliarão o picotado/código do posto. Seguidamente partem à procura do 2º posto e assim sucessivamente.

Objectivos:
·    Habituar-se a navegar em terreno desconhecido, sem a presença do professor.
·    Pôr em prática as técnicas básicas de orientação relacionadas com o mapa e/ou com a bússola - orientar o mapa pelo terreno; técnica do polegar; dobragem do mapa, azimutes, azimute de retorno, etc.
·    Realizar percursos individualmente ou a pares, sem se deixar influenciar pelos outros participantes.

Particularidade:
·    Dá muita confiança/segurança ao principiante. Esta forma de trabalho permite o controlo e a ajuda regular aos alunos, dado que estes terão que passar no ponto central (partida/chegada) após cada baliza onde está o professor. O professor - que estará disponível para apoiá-los em função das dificuldades detectadas. Além do mais, evita os fenómenos de “amontoamento” dos alunos nos postos e de “colagem” no decorrer da tarefa.

Avaliação:
·    Avaliação formativa: cada posto poderá corresponder a um tipo de problema/aspecto técnico particular. Verificar-se-á, assim, os pontos fortes e fracos de cada aluno.
·    À chegada os alunos têm à disposição as “chaves/soluções” dos percursos (picotados/códigos) e o apoio (feedback-pedagógico) do professor.



PERCURSO EM BORBOLETA (EM TREVO)
















Objectivos:
· Habituação à corrida em terreno pouco conhecido ou desconhecido, sem a presença do professor (a pares ou sozinho).
·      Resolução dos problemas de orientação de precisão: orientação do mapa pelo terreno, leitura do relevo, etc. ou outros: azimute-distância, pontos de ataque, etc.
·      Iniciação à corrida em percurso formal.

Descrição:
·      A mesma organização que o percurso em “estrela” – é de todo conveniente que os alunos tenham passado primeiro por situações deste tipo.
·      São montados no terreno e traçados nos mapas pequenos circuitos de 2, 3 ou 4 postos com a partida e a chegada comuns, de preferência central.
·      Cada aluno, recebe um cartão de controlo adaptado à actividade e um mapa com uma “asa” ou “folha” do “Percurso em Borboleta/Trevo”. O aluno deve anotar no cartão a letra identificadora do percurso.
·      Todos os participantes partem ao mesmo tempo, com percursos diferentes e realizam a sua 1ª asa/folha.
·      As partidas serão efectuadas de 2 em 2 minutos, havendo 4 (ou mais) percursos diferentes.
·      O aluno retorna ao ponto de partida depois da realização de cada pequeno percurso.
·      Terminando o 1º percurso, o aluno fará a avaliação e partirá para realizar novo percurso.

Particularidades:
·      Este exercício, realizável em todos os níveis de prática, permite controlar regularmente o trabalho dos alunos, dado que eles passam pelo ponto central, onde se encontra o professor, após a realização de cada asa/folha. O professor pode pois ajudá-los, tornar a explicar, fazê-los recomeçar ou adaptar o exercício, para um menos complexo segundo os resultados. Isto evita fenómenos de amontoamento nos postos e os alunos nunca estarão muito longe do professor.
·      É fácil verificar, no momento da partida, se os alunos mais fracos, partem na direcção correcta.

Avaliação:
·      Auto avaliação imediata: à chegada os alunos têm à disposição as “chaves” dos percursos (picotados ou números dos códigos), o que lhes permite verificar se os postos encontrados estão correctos ou não.
·      Esta forma de trabalho tem o mérito de desenvolver a auto-confiança aos alunos, realizando muitos percursos auto avaliados e deixando o professor disponível para observar os alunos no seu conjunto e apoiar aqueles com mais dificuldades.
· Permite a avaliação formativa: cada percurso-asa, pode corresponder a um tipo de problema particular e o professor verificará assim os pontos fortes e fracos de cada aluno.
·      Poder-se-ão fazer percursos em “Borboleta” com mais do que 4 “asas”.


PERCURSO EM BORBOLETA EM EQUIPAS DE TRÊS (Variante do Percurso em Borboleta)













·      Apenas os postos ponteados são obrigatórios para os três elementos.
  


PERCURSO EM CIRCUITO








O mais clássico.
O local da chegada poderá ser diferente do local da partida (mais complicada de gerir).
As partidas são dadas regularmente em intervalos de 2 em 2 minutos ou 1´30´´ ou 1´.
Para ganhar tempo o professor poderá dar as partidas nos dois sentidos; ou traçar vários percursos com o mesmo número de balizas.
Prova individual. Percursos por escalão/sexo. Classificação: por escalão/sexo.
Ficha de sinalética, impressa no mapa.

Objectivos:
· Orientar permanentemente o mapa e situar-se em cada ponto característico ou posto de controlo.
·  Escolher as opções mais seguras na construção do seu itinerário e deslocar-se em corrida.
·   Tentar resolver os problemas sozinho em caso de dificuldade. Em caso de dúvida regressar ao último ponto conhecido.
·      Respeitar as regras do “Espírito da Orientação”.
·      Realizar individualmente o mais depressa possível um percurso formal de Orientação com 10 postos de controlo, passando por todos os postos e pela ordem imposta.
·  Parar em cada posto o menos tempo possível, verificando em primeiro lugar se o código da baliza corresponde ao posto procurado e picotando de seguida o cartão de controlo na casa correspondente.
·      Partidas em intervalos regulares.
· Utilização de ficha de sinalética, com descrição simbólica/gráfica e código dos postos de controlo. Nos escalões mais jovens esta descrição gráfica pode ser acompanhada por uma descrição textual do posto de controlo.
· Os alunos que falharem um só código que seja, serão desclassificados.



PERCURSO PERGUNTA-RESPOSTA (Variante do Percurso em Circuito)

·   Cada aluno/par recebe um mapa com um percurso, um cartão de controlo adaptado a este tipo de percurso, picotando e respondendo às perguntas que se encontram em cada posto de controlo, na opção escolhida (a, b ou c), correspondente a cada posto.
· Será contado o tempo de chegada. Para cada resposta errada acrescentar-se-á 5 minutos de penalização ao tempo realizado.

Objectivos:
·      Colocar os alunos em situação similar à das provas formais de orientação.
·      Avaliar alguns conhecimentos teóricos sobre orientação.

Material:
· Mapas da área dos percursos escola e respectivas “chaves/soluções”;
·      Cartões de controlo adaptados à actividade;
·      Balizas com picotadores e com cartões/perguntas.
Avaliação:
À chegada os alunos têm à disposição as “chaves/soluções” dos percursos (código picotado de cada posto e respectiva solução de cada pergunta) e ser-lhe-á tirado o tempo do percurso.



PERCURSOS A PARES
(Variante do Percurso em Circuito)

A mesma organização que o Percurso em Circuito. 







   Balizas obrigatórias para os dois elementos do par

As balizas representadas com o círculo são para um só elemento do par.


PERCURSO COM “NINHOS” DE BALIZAS
(Variante do Percurso em Circuito)











Mais adaptado e utilizado à Orientação na floresta.
·      Descobrir uma só baliza por ninho.
·      Cada baliza do ninho tem uma dificuldade e um valor diferente:
  - Baliza 1: sobre a “linha de segurança” = 1 ponto.
  - Baliza 2: perto da “linha de segurança” = 2 pontos.
  - Baliza 3: longe da “linha de segurança” = 3 pontos.
·      Traçar vários percursos de nível de dificuldade diferente.



CORRIDA “SCORE”

Postos espalhados à volta do ponto de partida/chegada.
Os alunos partem ao mesmo tempo – partida em massa – e tentam descobrir, num tempo limite, o maior número de postos possível, aos quais são atribuídos valores (pontos) diferentes. No entanto, há algumas variantes (VER mais abaixo).
Quem ultrapassar o limite de tempo estipulado é penalizado e quem chegar antes é bonificado, segundos critérios a definir. Geralmente basta o tempo de chegada para atribuir as classificações (depois de verificado o rigor da picotagem).
Os postos têm valores diferentes segundo o seu grau de dificuldade técnica e distância em relação ao ponto de partida/Chegada.
O valor de cada posto está indicado no próprio mapa ou numa ficha que acompanha o mapa.

Objectivos
·      Gerir o tempo da prova.
·  Avaliar os seus próprios recursos para construir o seu projecto – dificuldade técnica e afastamento dos postos em relação às suas capacidades.
·  Efectuar o melhor itinerário possível, reduzindo as paragens em duração e em número.
·      Afinar a leitura do mapa.
·  Seguir com o seu projecto sem se deixar influenciar pelos outros.
·      Realizar o melhor score possível num dado tempo, picotando balizas de pontuação variável, segundo o seu afastamento e dificuldade técnica.

Material
·  Colocar 15 balizas no terreno, com diferentes valores (pontos), em função do seu afastamento e dificuldade técnica.
·      Penalização de –5 pontos, por minuto a mais em relação à hora estabelecida de chegada.

Particularidade
·      Trabalho individual ou a pares.
·      Cada aluno/par possui um mapa com o valor e o código de cada baliza onde figuram todos os postos e um cartão de controlo.
·      Os alunos deverão escolher 12 balizas (por Exº) e identificá-las no cartão de controlo pelos respectivos códigos.
·      Deverão também traçar o seu projecto de itinerário no mapa – ligar os postos entre si numa ordem lógica.
·  Depois deverão formalizar o seu projecto e estabelecer uma hora de partida junto do professor.
·      O aluno tem 10 minutos (por Exº) para realizar o seu projecto.
·  O aluno tem a possibilidade de picotar outras balizas não seleccionadas à partida. Estas só serão tidas em conta se o aluno realizar o seu projecto inicial.

Avaliação
·      Percentagem de postos encontrados em relação ao projecto estabelecido e ao número de balizas total.
·      Pontuação obtida.


Variante 1

·      Trabalho individual ou a pares.
·      Cada aluno/par possui um mapa com o valor e o código de cada baliza onde figuram todos os postos e um cartão de controlo.
·      Os alunos deverão escolher 12 balizas (por Exº) e identificá-las no cartão de controlo pelos respectivos códigos.
·      Deverão também traçar o seu projecto de itinerário no mapa – ligar os postos entre si numa ordem lógica.
·  Depois deverão formalizar o seu projecto e estabelecer uma hora de partida junto do professor.
·      O aluno tem 10 minutos (por Exº) para realizar o seu projecto.
· O aluno tem a possibilidade de picotar outras balizas não seleccionadas à partida. Estas só serão tidas em conta se o aluno realizar o seu projecto inicial.


Variante 2 – “Score 100” :

· Postos “espalhados” à volta de um ponto central de partida/chegada.
·      Os alunos partem ao mesmo tempo – partida em massa – e tentam descobrir o número de postos que, em função do seu valor totalize 100 pontos – num tempo limite (10 a 20 minutos, p. exº).
·      Quem ultrapassar este limite é penalizado e quem chegar antes deste limite de tempo é bonificado, segundos critérios a definir. Geralmente basta o tempo de chegada para atribuir as classificações (depois de verificado o rigor da picotagem).
· Os postos têm valores diferentes segundo o seu grau de dificuldade técnica e distância em relação ao ponto de partida/Chegada.
·      O valor de cada posto está indicado no próprio mapa ou numa ficha que o acompanha.