quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Treino do dia 21 de Novembro de 2012 - "LUTA DE FITAS"





Quarta-feira passada. o núcleo de Orientação do Desporto Escolar do Agrupamento de Escolas Guilherme Stephens – Marinha Grande (Treinador = Hélder Ferreira) fez um treino em formato “score” com uma particularidade bastante útil.
Ora vejam como foi:

“LUTA DE FITAS”

Descrição
·         10 Balizas colocadas à volta de um ponto central de partida/chegada, com distâncias e grau de dificuldade variados.
·         Os atletas partem ao mesmo tempo – partida em massa –  e tentam descobrir todos os pontos de controlo.

Organização:
·         Trabalho individual.
·         Cada atleta possui um mapa (com os pontos de controlo e respectivos códigos marcados no mapa) e um picotador (espero que ainda saibam o que isto é …).
·         Os atletas terão antes do sinal de partida 1 minuto para decidir individualmente o itinerário a realizar, ligando mentalmente os pontos entre si numa ordem que lhes pareça a mais lógica e económica.

Particularidade
·         Em cada ponto de controlo, para além da baliza, há um cartão de controlo (espero que ainda saibam o que isto é …) – que os atletas irão picotar com o seu picotador (cada atleta possui um código diferente) à medida que abordam os pontos: o 1º a abordar o ponto picotará no espaço “1” (e somará 1 ponto), o 2º no espaço “2” (e somará 2 pontos) … e assim sucessivamente …
·         Seguindo o modelo tradicional, que funcionava com fitas transportadas pelos atletas, quem trazia mais fitas ganhava, neste caso pode fazer-se o mesmo analisando o cartão, no final do treino, para ver quem chegou primeiro.

Objectivos
·         Tomada de decisão rápidas
·         Controlo das emoções
·         Estratégia de acção – efectuar o melhor itinerário possível, reduzindo as paragens em duração e em número
·         Avaliar os seus próprios recursos para construir o seu projecto de acção
·         Seguir com o seu projecto sem se deixar influenciar pelos outros.
·         Afinar a leitura do mapa

Avaliação
·         No final, a classificação de cada atleta será o somatório dos pontos somados por ele. Portanto, será vencedor o atleta que somar menos pontos
·         No entanto, aconteceu que vários atletas tiveram a mesma pontuação e que o primeiro atleta a chegar ter feito mais pontos do que o segundo atleta, o que torna necessário ter em linha de conta o tempo gasto na actividade – com critérios a definir pelo treinador (deixamos aqui esta tarefa à vossa criatividade …).

NOTA IMPORTANTE – convém que os pontos estejam muito bem marcados quer no terreno quer no mapa, pois o grau de tensão é grande e qualquer erro de marcação dos pontos por parte do organizador do percurso irá ter repercussões negativas na concentração, prejudicando a prestação dos atletas.





segunda-feira, 22 de outubro de 2012

ALGUMAS DICAS PARA A PRÁTICA DA INICIAÇÃO À ORIENTAÇÃO




RESPEITA O MEIO AMBIENTE
Praticar Orientação implica penetrar num espaço natural, público ou privado, e torna-se necessário respeitar certas regras de vida e saber se o local está aberto ou fechado à prática deste desporto. Em princípio, todas as restricções de utilização ser-nos-ão informadas pelo organismo que elaborou o mapa que iremos utilizar.

Alguns comportamentos simples
Cuidado com o fogo – basta um simples fósforo para queimar hectares de floresta … podemos ser facilmente apanhados por ele … Por isso é formalmente interdito fazer fogo ou fumar. Aprende a actuar em caso de incêndio.

Respeita as árvores, os arbustos, as flores, os cogumelos, os campos, as culturas, as colheitas, as zonas de regeneração, as zonas cultivadas, mas também as reservas e abrigos de caça, as zonas habitadas, os terrenos de jogos …

No final, leva contigo os teus detritos, restos de picnics e outros objectos e coloca-os em recipientes próprios para o lixo.

Não poluas os ribeiros nem os tanques de água.

O silêncio é precioso, não o perturbes inutilmente.

Respeita a vida dos habitantes locais (homens e animais).

Níveis de prática
Escolhe um percurso correspondente à tua experiência em Orientação e adaptado às tuas capacidades físicas – um principiante percorre 4 Km/h em média.

Os “percursos ´promenade´ para todos” (para orientistas principiantes), permitem aprender a ler o mapa e a adaptação ao meio natural. O debutante aprende a orientar-se pelas “linhas de segurança” (caminhos, limites de vegetação, fossos, linhas de água, vedações, …).
Regras gerais: distância calculada em linha recta = 4.000 metros, com cerca de 8 pontos de controlo. Esta distância é calculada para o itinerário mais lógico utilizando os caminhos.

Os “percursos ´promenade´ para orientistas iniciados”, destinam-se a um público já mais informado sobre as técnicas de Orientação. Os pontos de controlo estão pouco afastados das linhas de segurança. O praticante é já capaz de se orientar pelas linhas de segurança e de sair por vezes delas para descobrir a baliza.
Regras gerais: distância calculada em linha recta = 4.500 metros, com cerca de 10 pontos de controlo. Esta distância é calculada para o itinerário mais lógico pelas “linhas de segurança”.

Os “percursos para orientistas confirmados”, são reservados aos praticantes que dominam convenientemente a leitura e manipulação do mapa. Os pontos de controlo são por vezes difíceis de encontrar.
Regras gerais: distância calculada em linha recta = 4.800 metros, com cerca de 12 pontos de controlo.

Os “percursos de competição” são destinados aos bons orientistas. Os pontos de controlo e os itinerários são variados e obrigam à utilização perfeita do mapa e da bússola. A concepção dos percursos permitem testar as competências específicas dos praticantes desportivos de Orientação. O orientista deve ser capaz de atravessar a floresta seguindo um azimute, de seguir e interpretar perfeitamente as curvas de nível, de ultrapassar obstáculos.
Regras gerais: distância calculada em linha recta = 6.500metros, com cerca de 15 pontos de controlo.

Equipamento
Equipa-te em função do local e da meteorologia. Não te esqueças nunca que a Orientação é uma actividade física e desportiva em meio natural.


COMO PRATICAR
Toma conhecimento da legenda do mapa assim como de outras informações pertinentes sobre o local onde vais praticar – placard de informações no local das partidas ou junto ao Secretariado

Começa pelos percursos mais curtos e simples e com o apoio dos monitores.

Se és iniciado, constrói o itinerário essencialmente sobre as “linhas de segurança” , bem referenciáveis no mapa e no terreno – caminhos, aceiros, linhas de alta tensão, corta-fogos, limites de floresta, linhas de água, fossos, cercas, …  – que te irão permitir situar-te de maneira permanente e orientares o mapa em cada mudança de direcção.

Prevê e estabelece com os teus acompanhantes um tempo preciso de prática que respeitarás mesmo que não realizes completamente o percurso selecionado. Nunca comeces ao fim da tarde …

Se te perderes, anda até encontrares um caminho. Acha depois a sua orientação (NORTE SUL ou ESTE OESTE) e segue-o no sentido que te irá levar a uma via principal. Se passares na proximidade de um ponto de controlo (é importante terem código …) poderás rapidamente ressituares-te no mapa. Atenção à simbologia do mapa. Não entres nas zonas interditas … nem saltes as cercas intransponíveis …

Em caso de acidente tenta manter-te num caminho ou junto a um ponto de controlo – isto facilitará um eventual socorro.








quinta-feira, 27 de setembro de 2012

EVOLUÇÃO DOS COMPORTAMENTOS CARACTERÍSTICOS DO PRATICANTE DE ORIENTAÇÃO (I)





“ São precisos 10 minutos para aprender a utilizar uma bússola …
 e 10 anos para se tornar num orientista experimentado “.

O “PRINCIPIANTE” – estádio emocional

O debutante em Orientação fica entorpecido no mesmo lugar ou precipita-se à procurar das balizas sem reflectir ou fazer a previsão do itinerário, donde resultam numerosos erros de orientação. Ainda não integrou a lógica da actividade. O principiante centra prioritariamente a sua actividade nas emoções –  predomina uma reacção de defesa em relação ao desconhecido (preservação da sua integridade)…


Tratamento da
Informação


O principiante trata a informação à medida que se desloca, sem reflectir sobre o futuro. Referencia-se pelos elementos do mapa, uns a seguir aos outros, seguindo um pouco a linha recta que une os dois pontos de controlo.

Decisões

As decisões são simples e não têm em conta os “pontos de decisão”.
Não controla as opções que toma.



Aspecto
Afectivo


As reacções afectivas são importantes: medo de se perder, seja qual for o grau de familiarização com o meio envolvente – mesmo em espaços familiares:  escola, jardim, etc. Permanece em cima das “linhas de segurança” (corrimões) e faz com muita frequência a relação mapa/terreno.




Aspecto
Energético


Não controla o seu potencial energético: o seu comportamento traduz-se numa sucessão de corridas rápidas e ofegantes com paragens.





Soluções
Adoptadas


Só pensa em encontrar a primeira baliza do percurso.
A solução utilizada é a de seguir os aceiros de um lado para o outro. O itinerário é concebido como uma sucessão de pequenos itinerários sem relação entre si, apoiando-se nos elementos do terreno mais fáceis e evidentes. Após uma longa demora reage e reconstroi o seu projecto de itinerário – a acção predomina em relação à avaliação, dado que as suas estimativas são a maior parte das vezes aleatórias.


ASPECTOS PEDAGÓGICOS E DIDÁCTICOS:

O iniciado deve poder sentir-se em segurança na floresta. Este sentimento desenvolve-se através de: jogos e exercícios de habituação à floresta, não muito difíceis e de resolução viável; os primeiros passos devem ser realizados em espaços conhecidos; fixando limites claros no terreno (balizados) e no tempo; organizando os mais jovens em pequenos grupos; dando regras de segurança, sem dramatizar, sobre a maneira de reagir face a situações imprevistas e desconhecidas.
O treinador/professor deve ajudar o orientista a evoluir de uma atitude de apreensão pelo meio ambiente, resultante de uma não diferenciação dos elementos, para uma atitude de gestão das emoções, de confiança relativa, graças ao reconhecimento dos elementos do terreno e sua utilidade.

OBJECTIVOS DIDÁCTICOS:
·  Solicitar a observação do terreno e do mapa – descodificar a simbologia e sinalética (comparar os elementos do terreno e os símbolos do mapa; conhecer a legenda);
·      Situar-se e deslocar-se através das linhas de segurança;
·   Manter o mapa orientado (atenção às mudanças de direcção). Deslocar o polegar sobre o mapa em função da sua progressão (o polegar indica o local onde ele está – em cada paragem, o polegar está no local correcto ?);
·      Descobrir um meio geralmente inabitual e estranha;
  
Indicações para o traçado dos percursos: 
                        Propôr um único itinerário;
·                      Itinerário em cima de linhas de segurança;
·                Os pontos de controlo estão em cima das linhas de segurança e em elementos do terreno perfeitamente referenciáveis: junção de caminhos, limites de vegetação, …

O debutante deve aprender:
·                  A situar-se – procurar elementos de referência no mapa, orientar o mapa, situar-se com precisão no mapa;
·                     A deslocar-se – dobrando o mapa, a fim de delimitar a área onde se encontra; ter o mapa orientado com o polegar no local onde está; reorientar o mapa após cada mudança de direcção;
·                            Descodificar sozinho o mapa – suprimir a legenda nesta fase de aprendizagem;
·                            A correr em todo-o-terreno;
·                           A deslocar-se em terreno rústico (floresta) sem apreensão.

LÉXICO DO ORIENTISTA INICIADO:

Ponto (posto) de controlo – conjunto composto por uma baliza, picador (ou caixa electrónica) e de um ponto característico do terreno – com a sua definição gráfica (símbolo) quer no mapa quer no cartão de sinalética. 

Ponto de referência (bem visível) – ponto muito preciso e de fácil leitura no mapa e facilmente referenciável no terreno.

Linha de segurança – linha ou conjunto de pontos referenciáveis no mapa, que o orientista pode facilmente seguir no terreno.

Ponto de apoio – ponto facilmente referenciável, que permite ao orientista (re)situar-se entre dois pontos de controlo.

Ponto de decisão – ponto visível, quer no mapa quer no terreno, que obriga o orientista a escolher uma direcção.

Ponto de ataque – o último ponto de referência antes do ponto de controlo, supostamente seguro e escolhido pelo orientista, no momento da leitura do mapa.

Linha de paragem – ponto de referência, no mapa, que permite verificar se já ultrapassamos a zona ou o ponto de controlo que procuramos.

REFERÊNCIAS:
·                Dominique Bret, 2004;
·                Denis Fogarolo e Gilles Stryjak, 2001;
·                FFCO, 1999;
·                EFSM Macolin. 1993.

 (continua)