segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Exemplos de GRELHAS DE ANÁLISE TÉCNICA DOS PERCURSOS DE ORIENTAÇÃO



Em Orientação, a melhor maneira de melhorar a performance é conseguir evitar ou limitar os erros técnicos.
Perder 30 segundos num pequeno erro técnico é muito frequente, ao passo que para ganhar 30 segundos no plano físico implica um esforço e tempo complementares consideráveis.

É por esta razão que a análise técnica do percurso, se realizada regularmente e de forma estruturada, joga um papel preponderante na formação e evolução do atleta.

Fazer a avaliação técnica de um percurso de uma competição ou de um treino é analisar os lados positivos e negativos do comportamento do atleta, assim como de toda a sua preparação. E se é verdade que exige algum tempo, pode, no dia seguinte a uma competição, substituir com vantagem um treino físico. Esta análise deve realizar-se se possível “a quente”, nas 48 horas que se seguem à realização de uma prova ou de um treino.

Esta avaliação comporta, pois, dois objectivos:
1-    Reconhecer os pontos fortes do atleta e consolidar as habilidades/técnicas adquiridas;
2-    Contribuir para que o atleta não repita no futuro os erros cometidos, ou, no mínimo, que reduza as suas consequências.

Nesta perspetiva, é fundamental aprender/aperfeiçoar a analisar os itinerários, utilizando grelhas e/ou o GPS, para se poder compreender a causa dos erros cometidos.

Após cada competição (sempre que possível) o atleta deve traçar no mapa e analisar por escrito o percurso que realizou. Estas reflexões devem ser guardadas no Dossier de Competição, para que, quando for necessário, comparar os resultados de várias competições, melhor conhecer os seus erros (elaborando uma lista com as suas possíveis causas) e melhor precisar em que tipo de provas e terrenos comete erros mais frequentemente.

Duas análises são possíveis:
•    Para a grande maioria das vezes é suficiente uma análise simplificada;
•    Mas, três vezes por época – uma no início, outra a meio e a terceira no final – é bom realizar uma análise completa para fazer o ponto da situação com maior precisão.


ASSIM:

Após cada competição o atleta deve analisar o percurso e, para cada uma das pernadas, tentar responder às seguintes questões:
•    Como me orientei neste trajeto ?   Qual o tipo de orientação que utilizei ?
•    A minha orientação no conjunto do trajeto foi fiel à minha decisão inicial ?
•    Não poderia ter-me orientado mais rapidamente com a mesma certeza de não falhar os pontos ?
•    Quantos pontos de apoio falhei ?
•    Falhei o ponto de ataque ?
•    Se falhei o(s) ponto(s) de apoio ou o ponto de ataque, porque razão falhei ?
•    Quais foram as causas que ocasionaram os erros ?
•    O que devo fazer em vez disso ?

Para o conjunto da prova, o atleta deve esforçar-se por responder às seguintes perguntas:
•    Cometi erros do domínio da técnica ?
•    O que devo fazer para não voltar a cometê-los na próxima competição ?
•    Como devo treinar-me para melhorar nas situações onde habitualmente cometo erros ?



A GRELHA DE ANÁLISE

Para o atleta poder progredir, torna-se necessário que tome consciência das suas reacções no terreno, seja antes da partida, seja durante a prova com o mapa na mão e das causas dos seus erros.

O objectivo da grelha de análise é múltiplo:
1-    Clarificar os pontos fortes e os pontos fracos do comportamento do atleta;
2-    Treinar a modificação dos comportamentos (pontos fracos) tornados conscientes;
3-    Ajudar à definição e adaptação de objectivos para as sessões de treino técnico que se seguem;
4-    Favorecer progressivamente a preparação ótima do atleta.



COMO UTILIZAR A GRELHA DE ANÁLISE

Se é bem certo que é muito importante o atleta traçar no mapa da prova o itinerário que realizou, ponto a ponto, para treinar a “memória câmara” (muito útil, nomeadamente, para se relocalizar quando se perde) e o comparar, sempre que possível, com o traçado do GPS, o preenchimento da grelha de análise coloca questões bem diferentes.

Trata-se aqui de o orientista se interrogar e tornar consciente sobre a sua maneira de ser – tecnicamente, mentalmente, fisicamente – antes e durante a prova e de refletir sobre as causas dos erros cometidos.
















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